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sábado, 28 de novembro de 2015

Notícias de Porto Seguro, 28/11/2015


Defensores da maconha medicinal fazem manifestação no Rio


Um ato em defesa da legalização da maconha reuniu hoje (26) – Dia Nacional da Maconha Medicinal – usuários e pesquisadores, na Rua da Carioca, centro do Rio de Janeiro. Segundo um dos organizadores do encontro, Thiago Tomazine, 24 anos, o movimento foi criado há cinco anos, impulsionado pelo Dia Nacional de Combate ao Câncer, também comemorado hoje.
“O câncer é uma das doenças que podem ser tratadas com substâncias extraídas da maconha. Resolvemos fazer a manifestação no mesmo dia, pois assim teríamos outro evento seis meses depois da Marcha da Maconha. Dois atos por ano, para fortalecer o movimento”, disse Tomazine, que é militante e integrante  do Movimento Pela Legalização da Maconha, além de ser usuário de cannabis há dez anos. “Fumo porque gosto, assim como tem gente que gosta de tomar café, anda de carro em vez de metrô. Mas é muito importante informar a população, pois se eu tivesse informação quando comecei a fumar, não teria fumado tanto todos os dias. O ideal é começar a fumar a partir dos 23 anos, quando o sistema nervoso central já está formado. A proibição faz os jovens fumarem mais e mais cedo”.
Especialistas falaram sobre os benefícios da maconha e tiraram dúvidas do público. O neurocientista da Universidade Federal do Rio de Janeiro, João Menezes, ressaltou que, com a legalização e regulamentação da maconha, será possível tratar diversas doenças, como Parkinson, epilepsia, cefaleia e outras, por diferentes vias e com garantia de qualidade. ““É uma planta com muitos princípios ativos. Alguns encontramos na manga, na pimenta do reino, e essa mistura produz um efeito específico. Os benefícios são enormes, precisaria de horas para listá-los. Qual a via a ser usada, vai depender do metabolismo e da necessidade, igual a qualquer outro remédio. A via do fumo é boa pela velocidade, mas pode ser usado para efeitos mais longos, quando ingerida como chá, ou usada como supositório”, afirmou.
Menezes disse que a legalização da maconha também baratearia muitos medicamentos que, hoje, por terem patenteado o processo de aquisição de certos princípios ativos, são acessíveis para quem tem alto poder aquisitivo. “Os pacientes que têm dependência de maconha são minoria e o tratamento é barato. A legalização que protege o usuário e a sociedade pede regulamentação, o controle do local de uso, de quem faz, o controle de qualidade e principalmente o conhecimento da concentração e de quantidades”.
Formado em Tecnologia da Informação, o jovem Daniel Rocha, 26 anos, ficou sabendo do ato por meio redes sociais. Ele tentava convencer uma senhora, que passava na rua, sobre importância da legalização. “Fumo há dois anos, e vim aqui para dar uma força, porque acho importante mostrarmos a cara e informar. Esse é o nosso dever, mostrar que maconha não é coisa do diabo. Eu não sou o demônio e fumo todo dia,” comentou.
A funcionária pública na área da educação Cristiane Bastos dos Santos Barbosa, 40 anos, pegou uma cartilha no local para se informar melhor sobre o assunto. “Não tenho opinião formada. Minha preocupação é o jovem usar exageradamente e acabar prejudicando a si mesmo e a sociedade. Mas se a maconha tem um outro lado, que pode melhorar a saúde de alguém, acho que temos que pesar isso. Meu irmão morreu por causa da cocaína, mas nunca vi uma pessoa que fuma maconha perder a cabeça. Acho que se legalizasse, talvez não tivesse tanta violência”.

Edição: Maria Claudia   Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil

Investigada na Lava Jato, Andrade Gutierrez faz acordo e vai pagar R$ 1 bilhão


A empreiteira Andrade Gutierrez assinou acordo com a força-tarefa responsável pela Operação Lava Jato, pelo qual vai colaborar com as investigações sobre  a existência de um cartel de licitações na Petrobras e reconhecer a prática de crimes, bem como pagar multa de cerca de R$ 1 bilhão pelos prejuízos causados com desvios de dinheiro público nas obras da Usina Nuclear Angra 3 e de estádios da Copa do Mundo de 2014.
O acordo ainda depende de homologação da Justiça. Nos acordos assinados pelas  empresas investigadas na Lava Jato com o Ministério Público, as empreiteiras se comprometem a entregar novas provas sobre o esquema de corrupção na Petrobras e em outras obras. Em troca, o Ministério Público não oferecerá denúncia criminal e civil contra os envolvidos. O acordo tem objetivo de garantir a devolução do dinheiro desviado.
De acordo com as investigações, o consórcio formado pelas empresas Camargo Corrêa, UTC, Andrade Gutierrez, Odebrecht, EBE e Queiroz Galvão transferia recursos para empresas intermediárias, que repassavam a propina para o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva.

As fraudes foram descobertas na 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, desencadeada a partir do depoimento do executivo da Camargo Corrêa Dalton Avancini, que assinou acordo de delação premiada com a Justiça Federal. Na delação, ele revelou a existência de um cartel nas contratações de obras da Angra 3 e chegou a citar Othon Luiz Silva como beneficiário de propinas.
Segundo o Ministério Público, houve pagamento de propina por parte da Andrade Gutierrez em contratos desde 2009 para uma empresa de propriedade de Othon Luiz, que teria recebido
R$ 4,5 milhões.
Procurada pela Agência Brasil, a Andrade Gutierrez afirmou que não vai se manifestar sobre o acordo.
Após a assinatura do acordo, o presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, foi transferido nesta sexta-feira para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Também foram transferidos outros dois ex-executivos da empreiteira, Elton Negrão e Flávio Barra. 
Otávio Marques e Elton Negrão foram presos na 14ª fase da Lava Jato, denominada Erga Omnes. Deflagrada em junho deste ano, a operação investiga as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Já Flávio Barra foi preso na 16ª fase. 

André Richter e Michèlle Canes - Repórteres da Agência Brasil