O enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, condenou veementemente, neste sábado (30), a morte de pelo menos 70 civis na província de Alepo, no norte da Síria, após um ataque aéreo
com bombas de barril promovido pelo governo sírio.
“A notícia do bombardeio aéreo por helicópteros sírios em uma área civil do bairro de Al Shaar, em Alepo, merece a mais firme condenação internacional”, disse o enviado especial em um comunicado divulgado logo após o ataque.
De acordo com informações da imprensa, pelo menos 70 pessoas foram mortas e muitas outras feridas no ataque, no movimentado mercado de al-Bab, neste sábado de manhã, depois que helicópteros do governo lançaram duas bombas de barril.
Muitas das vítimas foram feitas em pedaços ou queimadas a ponto de ficarem irreconhecíveis. As explosões devastaram o mercado, lojas e veículos.
“Embora seja verdade que, infelizmente, o congelamento de bombardeios pesados proposto pela ONU em Alepo não tenha se concretizado, é, no entanto, totalmente inaceitável que a força aérea síria ataque seu próprio território, de forma indiscriminada, matando seus próprios cidadãos, como aconteceu hoje brutalmente em Alepo”, disse Mistura.
“O uso de bombas de barril deve parar”, acrescentou ele. “Todas as evidências mostram que a esmagadora maioria das vítimas civis no conflito sírio é consequência do uso indiscriminado de tais armas aéreas.”
O enviado especial da ONU destacou que a proteção de civis durante conflitos armados é a pedra angular do direito internacional humanitário e aplica-se em todas as circunstâncias, sem distinção.
O conflito sírio chega ao quinto ano sem uma solução, embora as partes estejam em consultas, em Genebra, lideradas pelo enviado especial da ONU. Violações dos direitos humanos e abusos continuam a ocorrer no contexto de insegurança generalizada e em violação ao direito internacional, o direito internacional humanitário e o direito internacional dos direitos humanos.
Mais de 220 mil pessoas foram mortas e mais de um milhão feridas. Mais da metade de todos os sírios foram forçados a deixar suas casas, por vezes várias vezes, tornando a Síria a maior crise global de deslocados. Atualmente, todos os indicadores sugerem que, em 2015, o deslocamento, bem como as necessidades humanitárias e de proteção de civis, vai continuar a crescer.
Dentro da Síria, 12,2 milhões de pessoas continuam precisando de assistência humanitária imediata — um aumento de 12 vezes desde 2011 –, incluindo mais de 5,6 milhões de crianças.
Além disso, 7,6 milhões de pessoas foram deslocadas pelo conflito. Estima-se que 4,8 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária em locais de difícil acesso ou locais sitiados. Refugiados da Palestina são particularmente afetados, com 560 mil deles necessitando de assistência.
Fonte: ONU
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