O cubano Javier Lopez Salazar, do Programa Mais Médicos, chegou ao Brasil em janeiro de 2014, e iniciou um trabalho de resgate cultural na aldeia, na tentativa de recuperar a sabedoria local na utilização de plantas e ervas medicinais.
O médico cubano, Javier Lopez Salazar, do Programa Mais Médicos, chegou ao Brasil em janeiro de 2014. Especialista em Medicina Familiar e comunitária e com uma pós-graduação em Medicina Tradicional, ele iniciou um trabalho de resgate cultural na aldeia Kumenê, em Oiapoque, localizada a 590 quilômetros da capital do Amapá.
De acordo com os relatos dos índios da aldeia de etnia Palikurca, a chegada de missionários evangélicos ao local e a construção de um templo levou praticamente toda a população a adotar a religião, o que implicou em uma série de mudanças nos costumes dos índios. Grande parte da cultura tradicional da tribo foi deixada de lado, associada a paganismo ou bruxaria, em razão da nova doutrina adotada.
“Esta é uma aldeia evangélica há mais de trinta anos, e muitas vertentes da sua cultura foram mudadas. Eles deixaram de acreditar em plantas medicinais, até a minha chegada aqui. Pouco a pouco, com a equipe de saúde, fomos convencendo as pessoas”, contou Salazar, que contou com a participação do professor local para engajar os mais jovens, dos mais velhos para retransmitir esse conhecimento e a comunidade para recriar uma horta com plantas medicinais.
A iniciativa também foi apoiada pelo cacique, Azarias Ioio Iaparrá. “Eu disse para o médico que nós tínhamos esse conhecimento, do remédio caseiro. Ele então reuniu as comunidades, chamou os idosos, todos nós conversamos. E hoje em dia ele fez a comunidade ver a importância disso, a horta está lá, tão bonita. Ele veio e mostrou o conhecimento dele”, disse Iaparrá.
Fonte: ONU
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