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terça-feira, 8 de setembro de 2015

Milionários na defesa do ambiente

Funiber Johan Eliasch















Quase uma década se passou desde que Johan Eliasch, proprietário da empresa esportiva Head, comprou 160 mil hectares da floresta amazônica, no Brasil. Sua iniciativa inspirou alguns milionários, mas, ao mesmo tempo, despertou suspeitas entre as autoridades de alguns países.
Eliasch comprou parte da floresta brasileira, e suas declarações após a compra incomodaram as autoridades brasileiras. O milionário indicou que seriam necessários “apenas” 50 bilhões de dólares para comprar toda a floresta. Diante destas declarações, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva, replicou que a “floresta amazônica pertence ao povo brasileiro”.
O milionário disse que fez a compra com a intenção de proteger a floresta do desmatamento e, com esta ação, incentiva outros a comprarem terras para protegê-las também. Eliasch assegurou que, em suas terras no Brasil, é proibido o corte de árvores e permite aos habitantes da região a extração de frutos. Estas mudanças não foram do agrado de algumas pessoas habituadas a lucrar com a extração da madeira.
Entretanto, ne,sempre as intenções das empresas são claras. Em 2008, uma empresa de propriedade de Eliasch foi multada em R$ 450 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por comércio e transporte de madeira nobre -699.809 m3 ou 230 mil árvores– sem seguir a legislação ambiental brasileira. A madeireira de Eliasch também não teria cumprido acordo firmado com o Ibama, segundo investigações.
Iniciativas similares
Outros milionários e organizações de defesa ambiental compraram grandes extensões de terra para protegê-las, mas, no processo, são questionados por pessoas e empresas que não veem com bons olhos este tipo de iniciativa. Para muitos, é o governo que deveria se encarregar da proteção ambiental. Mas ele é realmente eficaz nesta tarefa?
No Chile, o casal de empresários Douglas Tompkins e Kristine McDivitt comprou milhares de quilômetros da Patagônia, investindo quase 150 milhões de euros para transformar sua propriedade em um parque natural. Algumas pessoas protestaram contra a compra das terras, porque as propriedades do casal praticamente cortam o país em dois.
Iniciativas como a de Eliasch representam caminhos diferentes, com a intervenção do setor privado, em uma década em que o desmatamento está avançando em diversas regiões do planeta.

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